Há um mundo eivado de palavras longínquas. Mapas mundi. Dedadas de criança querendo aceder ao longe. Somos nebulosas de dedos cruzando os hemisférios, um mar em cima e um céu por baixo.
Os dias reflectem vagas promessas. A cada segundo, a ampulheta - o som do tempo pingando. O amor disfarça-se e o tempo também. Concorrendo lado a lado, trata-se de sermos prestes na corrida.
Antes que o mundo caia convém sabermos adivinhar-nos. De qualquer modo, o tarde será tarde e o escuro é sempre escuro. Cabe-nos a nós reinventar as coisas, aprender alguns truques de prestidigitação. Desde o inicio, a esperança escorre. O desespero também.
A memória. Embarcamos cidades que nunca são nossas, vamos de um estado a um outro estado. Tudo é tão repentino. A matéria é volátil e nós somos volúveis, nascemos num corpo e regressamos a lugar nenhum.
Ainda assim,
há lugares tão belos! Lugares tão belos e pessoas perto do assombro!
Fotografia: Gusha Lawrence
Texto: Rui Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário