Tudo se inicia na alma. Sim, também o incêndio dos corpos. Os olhos são o início da estrada.
Por enquanto tudo é deserto.
É imprescindível que saibamos ganhar lastro para avançarmos mar adentro. Percorrendo lugares desconhecidos adquiriremos a coragem da queda.
O desnudamento é uma arte difícil. Poucos conseguem alcançar a magia das coisas. Convém ser preciso nos passos, no modo como nos dirigimos ao que verdadeiramente importa.
Desenhar-te-ei o rosto a partir dos teus olhos. Após o teu rosto, sonharei teu corpo. Não tenho pressa de chegar a ti. Conhecendo de cor o sol saberei de cor as tuas ondas.
Quando as rochas alcançam o barulho do mar todos os mundos se revelam possíveis.
Fotografia: Paula Santo António
Texto: Rui Carvalho
Texto: Rui Carvalho